À medida que a moeda brasileira ganha força, gestores e investidores em todo o mundo ajustam suas táticas para maximizar retornos e mitigar riscos. A valorização do real tem impactos diretos sobre decisões estratégicas de alocação, fluxos de capitais e proteções cambiais.
Em 2024, o Brasil consolidou um cenário de recuperação com crescimento de 3,4% em 2024, seguido de projeções moderadas de 2% para os anos seguintes. A inflação permanece sob controle e o país oferece um ambiente de negócios previsível.
Este contexto positivo reforça o apetite de fundos internacionais por ativos brasileiros, mas também aumenta a complexidade nos processos de alocação.
Quando o real se valoriza em relação ao dólar, ativos internacionais se tornam mais custosos para investidores brasileiros. Por outro lado, fundos estrangeiros veem as ações e títulos locais subirem de preço em suas moedas de referência.
Esses movimentos cambiais podem alterar significativamente o balanceamento tático de portfólios, levando gestores a revisar setores-alvo e definir momentos de entrada ou saída.
A diversificação internacional via fundos e ETFs é uma prática consolidada para diluir riscos domésticos e buscar oportunidades em mercados mais estáveis ou em recuperação.
No entanto, a valorização do real reduz automaticamente a rentabilidade em reais dos ativos comprados no exterior, demandando decisões táticas mais cuidadosas.
Gestoras e fundos multimercados ajustam suas posições de acordo com o cenário cambial. Entre as principais práticas adotadas estão:
Essa flexibilidade tática permite capturar ganhos tanto no mercado doméstico quanto no internacional, adequando-se às expectativas macroeconômicas.
O investimento estrangeiro direto (IED) chinês no Brasil saltou para US$ 45,3 bilhões em 2023, uma alta de 22,1% em relação ao ano anterior. Esse fluxo foi impulsionado por projetos nos setores de energia e infraestrutura.
Além da China, governos e empresas de Ásia e Oriente Médio têm demonstrado aumento de interesse em diversificar suas carteiras, ampliando a atratividade para investidores institucionais internacionais.
O mercado de capitais brasileiro cresceu de forma relevante: captações já correspondem a quase 50% do volume emitido pelo Tesouro Nacional, contra 18% há seis anos. Isso demonstra a maturidade crescente do segmento privado.
Para 2025, a tendência de diversificação internacional permanece forte, mesmo com um real valorizado, pois fundos buscam robustez e proteção contra riscos geopolíticos.
Fundos multimercados e de ações ajustam constantemente a exposição local versus externa, baseados em expectativas fiscais e cenários políticos. A cobertura cambial deixou de ser apenas acessória, tornando-se componente central nos mandatos.
Gestoras renomadas recomendam rebalanceamentos periódicos, aproveitando momentos de real forte para reforçar posições domésticas e aproveitar futuros recuos cambiais.
A valorização do real exige ajustes dinâmicos nas carteiras e maior atenção ao timing de investimentos globais. A combinação de instrumentos de hedge, ETFs internacionais e fundos offshore proporciona um leque diversificado de soluções.
Investidores devem avaliar regularmente a relação risco-retorno, alinhando objetivos de longo prazo com as oscilações cambiais. Em um mundo cada vez mais interconectado, a capacidade de integrar ativos locais e globais de forma estratégica será determinante para maximizar ganhos e proteger o capital.
Referências