Em um cenário de inflação acima da meta, preservar o valor dos recursos exige planejamento e conhecimento. Descubra estratégias práticas.
No Brasil, a inflação é oficialmente medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em maio de 2025, o índice acumulado em 12 meses atingiu 5,32%, e a previsão para o encerramento do ano foi ajustada para 5,20%, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
Esse patamar permanece acima do teto de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, cujo objetivo central era manter a inflação em 3% com margem de tolerância de até 1,5 ponto.
Para os anos seguintes, as projeções do mercado indicam 4,5% em 2026 e 4% em 2027, mostrando uma trajetória de desaceleração, mas ainda acima do centro da meta desejada.
Quando a inflação ultrapassa o teto previsto por vários meses, ela corrói o valor do dinheiro e faz o consumidor perder poder de compra rapidamente. Um investimento sem proteção costuma registrar ganho real negativo, reduzindo o retorno efetivo.
O Brasil tem um histórico de instabilidade de preços, com episódios de hiperinflação até a década de 1990. Esse passado reforça a necessidade de adotar mecanismos que preservem o capital.
O principal título de renda fixa indexado ao IPCA é o Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B). Ele combina a variação do IPCA mais taxa prefixada, assegurando um rendimento real acima da inflação.
Por exemplo, um Tesouro IPCA+ 6% garante o retorno de 6% ao ano mais a inflação registrada. Se o IPCA for 5% em um determinado período, o investidor recebe 11% de rendimento bruto nesse prazo.
Esses papéis são ideais para quem planeja a aposentadoria ou objetivos de médio e longo prazo, pois permitem estimar o ganho real ao longo dos anos e criar um colchão financeiro confiável.
Entre os benefícios, destacam-se:
No entanto, há riscos que merecem atenção. O resgate antecipado pode implicar perdas em caso de oscilação das taxas de juros no mercado secundário. Além disso, títulos com vencimentos muito longos sofrem mais com a volatilidade das taxas.
Para ampliar a proteção do portfólio, é recomendável diversificar com outros ativos atrelados à inflação e ativos reais:
O ponto de partida é definir o perfil de risco e o horizonte de investimento. Investidores mais conservadores tendem a alocar maior parcela em títulos indexados ao IPCA ou ao CDI, privilegiando a estabilidade.
Já quem aceita níveis maiores de volatilidade pode incluir ativos reais, internacionais e exposições a moedas fortes. O horizonte de investimento é fundamental: quanto mais longo for o prazo, maior pode ser a aposta em ativos que ofereçam ganhos reais elevados.
Uma carteira equilibrada pode distribuir percentuais em renda fixa, FIIs, ações de setores resistentes, ouro e ativos no exterior. Esse mix reduz a dependência de um único fator macroeconômico e atenua perdas pontuais.
Para quem busca proteger seu patrimônio em um cenário de inflação acima da meta, incluir títulos atrelados ao IPCA é uma estratégia central, mas não única. A diversificação amplia a resiliência frente a choques econômicos de diferentes naturezas.
Mantenha-se atualizado com os relatórios do Banco Central e do IBGE, e ajuste sua carteira conforme as projeções do mercado. Um bom planejamento requer disciplina e análise constante das oportunidades que surgem.
Com uma abordagem estruturada, é possível preservar o poder de compra ao longo do tempo e conquistar tranquilidade financeira mesmo em períodos de alta de preços.
Manter-se informado sobre projeções oficiais e revisar regularmente sua estratégia fará a diferença na construção de riqueza sustentável.
Referências