Planejar a aposentadoria envolve muito mais do que simples economias; é preciso entender cada modalidade disponível no mercado. Neste guia detalhado, vamos explorar as características, vantagens e desvantagens do PGBL e do VGBL, fornecendo exemplos práticos e cenários tributários para que você possa tomar a decisão mais alinhada ao seu perfil financeiro.
Os planos de previdência privada são produtos voltados ao planejamento de longo prazo, com foco em aposentadoria e segurança financeira após o período de trabalho ativo. Eles são ofertados por bancos e seguradoras com diversas opções de fundos de investimento.
O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é indicado para quem utiliza a declaração completa do IRPF e deseja aproveitar a dedução de até 12% da renda bruta anual. Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) funciona como um seguro de pessoa e se destaca por ter incidência apenas sobre rendimentos no momento do resgate.
A tabela abaixo resume as principais distinções entre esses dois produtos:
Na fase de acumulação, o PGBL permite a redução da base tributável, enquanto o VGBL não oferece descontos imediatos. No resgate, ambos podem ser tributados pelos regimes progressivo ou regressivo.
No modelo regressivo, as alíquotas iniciam em 35% para períodos curtos e caem até 10% após 10 anos — conhecido como tabela regressiva de tributação.
Exemplo prático:
Uma pessoa com renda anual de R$ 100.000 investe R$ 12.000 (12%) em PGBL, reduzindo a base tributável para R$ 88.000. No resgate, o IR incidirá sobre o total acumulado, que inclui contribuições e rendimentos.
No caso do VGBL, o aporte de R$ 12.000 não altera a base de cálculo do IR no ano vigente. No resgate, porém, apenas os ganhos são tributados, o que pode resultar em menor imposto a pagar sobre o valor total recebido.
O PGBL é ideal para quem faz a declaração completa do IRPF e possui renda tributável, buscando maximizar a restituição ou reduzir o imposto a pagar. Já o VGBL atende melhor quem opta pela declaração simplificada, não tem renda tributável ou deseja aportar valores além do limite de dedução do PGBL.
Profissionais autônomos e empresários que não se beneficiam da dedução de 12% podem encontrar no VGBL uma solução mais atraente, especialmente em planos com opções de renda diversificadas e facilidades de sucessão.
Segue uma visão geral das principais vantagens e desvantagens de cada plano:
Para ilustrar o impacto tributário e financeiro de cada plano, considere dois cenários com aportes iguais de R$ 10.000 ao ano:
No PGBL, esse valor reduz a base tributável, gerando economia imediata. Ao final de 10 anos, com taxa regressiva de 10%, o imposto incide sobre o montante total acumulado.
No VGBL, o mesmo aporte não proporciona desconto no ano do investimento, mas somente os rendimentos são tributados no resgate. Se a rentabilidade média anual for de 6%, o imposto irá recair apenas sobre os juros auferidos.
Os planos de previdência privada permitem a designação de beneficiários, garantindo rapidez no pagamento sem necessidade de inventário. Em diversos estados, o valor pode ficar isento de ITCMD, oferecendo segurança jurídica e agilidade aos herdeiros.
Enquanto o PGBL pode ter tributação maior no montante total, o VGBL se destaca por simplificar o processo de transferência, sendo uma escolha comum em planejamento sucessório familiar eficiente.
Além das diferenças tributárias, ambos os planos disponibilizam variados fundos de investimento, opções de renda mensal vitalícia ou temporária, e regras de carência para resgate parcial ou total.
É fundamental analisar as taxas de administração e carregamento, pois elas podem impactar significativamente a rentabilidade líquida ao longo dos anos.
Antes de decidir, avalie:
Com essas informações em mãos, você estará mais preparado para selecionar o plano de previdência privada que melhor se adapta às suas necessidades e objetivos de longo prazo.
Referências