Em 2025, o Brasil assume posição de protagonismo global na agenda ESG, impulsionando a transformação das finanças e atraindo olhares para práticas sustentáveis no mercado de capitais.
Ao sediar eventos como a COP30 em Belém (PA) e o PRI in Person, o país consolida seu papel de liderança em finanças com propósito climático. Essas iniciativas colocam o Brasil no epicentro do debate sobre responsabilidade climática e finanças sustentáveis.
A recente Resolução nº 193/2023 da CVM exige a divulgação de informações financeiras ligadas à sustentabilidade, alinhando companhias nacionais aos padrões internacionais do ISSB. Esse movimento fortalece transparência e confiança dos investidores, acelerando a adoção de métricas ESG robustas.
Dados consolidados pela gestora Régia indicam captação de R$ 5 bilhões até janeiro de 2025, dos quais R$ 1 bilhão veio de migração de fundos de outras instituições. A meta é alcançar R$ 18 bilhões sob gestão neste ano e somar R$ 22 bilhões investidos em fundos sustentáveis no Brasil.
O Sistema de Comércio de Emissões (ETS) deve cobrir mais de 25% das emissões globais em 2024, abrindo caminho para um mercado regulado de carbono próprio em território nacional. A Lei nº 15.042/2024 apoia esse avanço ao estruturar regras claras para negociações de carbono.
Apesar dos avanços, muitas empresas enfrentam barreiras significativas. A não adaptação às novas obrigações de relatórios pode levar ao fechamento de portas para financiamentos sustentáveis e à perda de competitividade.
Outro ponto crítico é garantir a qualidade dos dados. Sem sistemas robustos de auditoria e fiscalização, cresce o risco de greenwashing e informações imprecisas, minando a credibilidade do mercado ESG no Brasil.
Grandes organizações nacionais já avançam na consolidação de políticas ESG. A Rede D’Or, por exemplo, implementou inventário de emissões e programas de eficiência energética, reduzindo custos e impactos ambientais.
A Renner adotou iniciativas de diversidade e inclusão em toda a cadeia produtiva, publicando métricas auditadas e metas claras de representatividade. A Vale, por sua vez, investe em restauração florestal e projetos de projeto de agricultura regenerativa inovador.
Para navegar neste cenário dinâmico, as organizações devem estruturar uma jornada de maturidade ESG, que inclua avaliação de riscos, definição de metas e engajamento interno.
Recomenda-se adotar as seguintes ações práticas:
O ano de 2025 marca o início de uma nova era para o mercado de capitais brasileiro, caracterizada por uma regulação crescente e pela busca por economia de baixo carbono. Espera-se que políticas públicas e inovações tecnológicas acelerem essa transição.
Projetos de biodiversidade e agricultura sustentável ganharão destaque, oferecendo oportunidades únicas para investidores que buscam retorno financeiro e impacto positivo no meio ambiente.
A colaboração com organismos multilaterais e a adoção de uma taxonomia sustentável brasileira clara serão fundamentais para atrair capital verde e posicionar o Brasil como um hub global de soluções climáticas.
À medida que o mercado de capitais se adapta às exigências ESG, abre-se um universo de possibilidades para empresas que desejam crescer de forma sustentável e responsável. A agenda ESG não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para garantir competitividade e impacto positivo duradouro.
O momento é agora: invista em inovação, fortaleça sua governança e abrace práticas que unam performance financeira e propósito socioambiental. Assim, o Brasil reforça seu papel de protagonista na transição para uma economia global mais justa e resiliente.
Referências