Nos últimos anos, os mercados emergentes têm se destacado na corrida pela adoção de moedas digitais. Os mercados emergentes estão liderando a adoção de criptoativos, impulsionados por fatores econômicos, sociais e tecnológicos que transformam a maneira como milhões de pessoas acessam serviços financeiros.
Este artigo apresenta um diagnóstico detalhado, com tendências, dados, desafios, exemplos internacionais e perspectivas regulatórias. Nosso objetivo é fornecer uma visão completa e prática e inspiradora para potenciais investidores e formuladores de políticas.
Em 2024, observou-se um salto significativo na propriedade de criptoativos em diversos países. Embora o crescimento em México, Filipinas e África do Sul tenha sido notável, a liderança em posse de carteiras digitais está concentrada em nações emergentes.
A porcentagem da população que declarou possuir carteira de criptomoedas em 2024 mostra a liderança de mercados emergentes:
Em contraste, países desenvolvidos como Japão, Canadá e França apresentam taxas de posse inferiores a um terço da população. A maior intenção de investimento nos próximos 12 meses também se concentra em África e Ásia, enquanto muitas economias maduras declaram desinteresse.
Três vetores principais explicam o crescimento acelerado em emergentes:
Esses elementos criam um ambiente propício para que indivíduos e pequenas empresas explorem criptoativos como alternativa viável aos serviços bancários tradicionais.
As projeções para 2025 indicam uma intensificação da adoção institucional robusta em 2025, com grandes bancos, fundos de hedge e até governos incorporando criptomoedas aos seus portfólios.
O lançamento de ETFs de Bitcoin e Ethereum, com entradas líquidas superiores a US$ 35 bilhões, confirma o crescente reconhecimento de criptoativos como classe de ativos legítima. Paralelamente, as autoridades regulatórias avançam para oferecer clareza jurídica e atrair capitais institucionais.
Apesar do otimismo, persistem obstáculos significativos. A volatilidade e golpes financeiros recorrentes afastam potenciais investidores mais conservadores.
Adicionalmente, há preocupações com uso ilícito de criptoativos, como evasão de divisas e dificuldades de rastreamento para fins de combate à lavagem de dinheiro. A ONU alerta para riscos à soberania monetária e recomenda medidas de controle como proibição de publicidade e registro obrigatório de carteiras.
As abordagens regulatórias variam bastante entre países. Enquanto nações como Cingapura e Japão já consolidaram regimes claros, outras ainda operam em ambiente incerto.
Além disso, normas como MiCA na UE e alinhamentos na OCDE e EUA devem influenciar países emergentes a aprimorar seus marcos regulatórios.
O uso de blockchain traz desafios de compliance e privacidade. Legislações como LGPD e GDPR impõem requisitos rigorosos de tratamento de dados, impactando a pseudonimidade característica das criptomoedas.
Exchanges e prestadores de serviços enfrentam o dilema de garantir segurança ao usuário e cumprir exigências regulatórias, ao mesmo tempo em que exploram oportunidades de identidade digital descentralizada.
A adoção de criptoativos em mercados emergentes pode resultar em redução de desigualdades e inclusão financeira, conectando populações historicamente excluídas a serviços essenciais.
Por outro lado, a falta de infraestrutura adequada e de habilidades digitais pode aprofundar diferenças entre regiões urbanas e rurais, exigindo programas de capacitação e investimentos em conectividade.
Um ambiente regulatório claro fomenta a inovação, atraindo startups fintech e soluções baseadas em blockchain, mas é fundamental equilibrar a inovação financeira e tecnológica com a proteção do consumidor.
Organismos internacionais, como ONU e OCDE, sugerem medidas específicas para mitigar riscos e promover a adoção segura:
Para usuários, empresas e reguladores, a recomendação principal é buscar o equilíbrio entre inovação e proteção. Somente assim será possível aproveitar plenamente os benefícios dos criptoativos, minimizando riscos e promovendo um desenvolvimento sustentável nos mercados emergentes.
Referências