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Adoção de criptoativos em mercados emergentes

Adoção de criptoativos em mercados emergentes

10/09/2025 - 14:02
Robert Ruan
Adoção de criptoativos em mercados emergentes

Nos últimos anos, os mercados emergentes têm se destacado na corrida pela adoção de moedas digitais. Os mercados emergentes estão liderando a adoção de criptoativos, impulsionados por fatores econômicos, sociais e tecnológicos que transformam a maneira como milhões de pessoas acessam serviços financeiros.

Este artigo apresenta um diagnóstico detalhado, com tendências, dados, desafios, exemplos internacionais e perspectivas regulatórias. Nosso objetivo é fornecer uma visão completa e prática e inspiradora para potenciais investidores e formuladores de políticas.

Panorama Global da Adoção

Em 2024, observou-se um salto significativo na propriedade de criptoativos em diversos países. Embora o crescimento em México, Filipinas e África do Sul tenha sido notável, a liderança em posse de carteiras digitais está concentrada em nações emergentes.

A porcentagem da população que declarou possuir carteira de criptomoedas em 2024 mostra a liderança de mercados emergentes:

  • Nigéria: 84%
  • África do Sul: 66%
  • Vietnã: 60%
  • Filipinas: 54%
  • Índia: 50%
  • Turquia: 44%
  • EUA: 43%

Em contraste, países desenvolvidos como Japão, Canadá e França apresentam taxas de posse inferiores a um terço da população. A maior intenção de investimento nos próximos 12 meses também se concentra em África e Ásia, enquanto muitas economias maduras declaram desinteresse.

Principais Fatores para Adoção

Três vetores principais explicam o crescimento acelerado em emergentes:

  • Proteção contra a inflação persistente que corrói o poder de compra.
  • Acesso democratizado ao sistema financeiro para pessoas sem contas bancárias.
  • Popularização de smartphones e internet móvel, facilitando uso de wallets.

Esses elementos criam um ambiente propício para que indivíduos e pequenas empresas explorem criptoativos como alternativa viável aos serviços bancários tradicionais.

Tendências e Movimentos Macroeconômicos em 2025

As projeções para 2025 indicam uma intensificação da adoção institucional robusta em 2025, com grandes bancos, fundos de hedge e até governos incorporando criptomoedas aos seus portfólios.

O lançamento de ETFs de Bitcoin e Ethereum, com entradas líquidas superiores a US$ 35 bilhões, confirma o crescente reconhecimento de criptoativos como classe de ativos legítima. Paralelamente, as autoridades regulatórias avançam para oferecer clareza jurídica e atrair capitais institucionais.

Desafios e Barreiras

Apesar do otimismo, persistem obstáculos significativos. A volatilidade e golpes financeiros recorrentes afastam potenciais investidores mais conservadores.

Adicionalmente, há preocupações com uso ilícito de criptoativos, como evasão de divisas e dificuldades de rastreamento para fins de combate à lavagem de dinheiro. A ONU alerta para riscos à soberania monetária e recomenda medidas de controle como proibição de publicidade e registro obrigatório de carteiras.

Regulação em Mercados Emergentes

As abordagens regulatórias variam bastante entre países. Enquanto nações como Cingapura e Japão já consolidaram regimes claros, outras ainda operam em ambiente incerto.

Além disso, normas como MiCA na UE e alinhamentos na OCDE e EUA devem influenciar países emergentes a aprimorar seus marcos regulatórios.

Temas Jurídicos e Proteção de Dados

O uso de blockchain traz desafios de compliance e privacidade. Legislações como LGPD e GDPR impõem requisitos rigorosos de tratamento de dados, impactando a pseudonimidade característica das criptomoedas.

Exchanges e prestadores de serviços enfrentam o dilema de garantir segurança ao usuário e cumprir exigências regulatórias, ao mesmo tempo em que exploram oportunidades de identidade digital descentralizada.

Impacto Social, Econômico e Tecnológico

A adoção de criptoativos em mercados emergentes pode resultar em redução de desigualdades e inclusão financeira, conectando populações historicamente excluídas a serviços essenciais.

Por outro lado, a falta de infraestrutura adequada e de habilidades digitais pode aprofundar diferenças entre regiões urbanas e rurais, exigindo programas de capacitação e investimentos em conectividade.

Um ambiente regulatório claro fomenta a inovação, atraindo startups fintech e soluções baseadas em blockchain, mas é fundamental equilibrar a inovação financeira e tecnológica com a proteção do consumidor.

Perspectivas e Recomendações Finais

Organismos internacionais, como ONU e OCDE, sugerem medidas específicas para mitigar riscos e promover a adoção segura:

  • Proibir ou restringir publicidade de criptomoedas.
  • Exigir registro obrigatório de carteiras digitais.
  • Impor impostos sobre transações de criptoativos.
  • Restringir atuação de exchanges em mídias tradicionais.

Para usuários, empresas e reguladores, a recomendação principal é buscar o equilíbrio entre inovação e proteção. Somente assim será possível aproveitar plenamente os benefícios dos criptoativos, minimizando riscos e promovendo um desenvolvimento sustentável nos mercados emergentes.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

Robert Ruan