A ascensão das criptomoedas trouxe volatilidade e incertezas, mas as stablecoins surgiram para resgatar a confiança dos usuários. Reservar valor com estabilidade tornou-se essencial em um mercado imprevisível, e é exatamente essa promessa que as stablecoins oferecem.
As stablecoins foram criadas para manter uma relação estável com um ativo, normalmente por meio de um lastro tangível ou de mecanismos algorítmicos. Diferentemente de Bitcoin ou Ether, que podem oscilar drasticamente em minutos, as stablecoins visam garantir valor fixo.
Com menor volatilidade, elas se consolidaram como instrumentos de reserva de valor e meio de pagamento em ambientes digitais, aproximando investidores, empresas e usuários comuns ao mundo cripto.
Cada estrutura apresenta vantagens e riscos. As fiats são diretas, mas dependem de auditorias regulares. As crypto-backed exigem sobrecolateralização, enquanto as commodities oferecem um ativo físico. Já as algorítmicas contam com estrutura de colateralização robusta e flexível, mas podem falhar em condições extremas.
No universo das criptomoedas, stablecoins funcionam como ponte entre moedas fiduciárias e cripto. Em momentos de alta volatilidade, investidores convertem ativos arriscados em stablecoins para proteger seu capital.
Além disso, elas são vitais em transações e pagamentos: remessas internacionais, comércio eletrônico e até micropagamentos se beneficiam da transferência quase instantânea e baixo custo que as stablecoins proporcionam.
O mercado de stablecoins cresceu de €23 bilhões em 2021 para quase €150 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Embora represente menos de 10% do valor total de criptomoedas, é responsável por cerca de 90% do volume negociado.
Volumes trimestrais de negociação chegaram a €2,96 trilhões em 2021, quase igual ao mercado de ações de grandes bolsas. Isso demonstra como a aumento exponencial de transações conferiu importância inédita a esses ativos.
As principais blockchains, como Ethereum e BNB Chain, suportam stablecoins por meio de contratos inteligentes que gerenciam emissão, queima e verificação das reservas. Essa transparência e segurança garantidas pela criptografia reforça a confiabilidade do sistema.
Além disso, projetos DeFi utilizam stablecoins para fornecer liquidez em pools, permitir empréstimos colateralizados e criar derivativos, expandindo ainda mais o ecossistema financeiro descentralizado.
No Brasil, o PL 4.308/2024 discute a regulamentação das stablecoins, introduzindo dispositivos ao marco legal dos criptoativos (Lei 14.478/2022). O Banco Central abriu consulta pública para avaliar restrições à autocustódia, gerando debate sobre impacto sobre a liberdade financeira e privacidade.
Globalmente, os EUA buscam fiscalização rigorosa, a Europa equilibra proteção de investidores e inovação, enquanto países como Venezuela lançaram stablecoins nacionais para contornar sanções econômicas.
Embora ofereçam diversos benefícios, as stablecoins enfrentam desafios que não podem ser ignorados:
Por outro lado, as principais vantagens incluem:
O futuro das stablecoins aponta para stablecoins nacionais impulsionando a economia local, com projetos indexados ao real e ao euro. Bancos centrais estudam lançar suas próprias moedas digitais, aproveitando a base tecnológica já testada.
Além disso, integração com fintechs, aumento da adoção em pagamentos diários e a evolução dos mecanismos algorítmicos prometem reforçar o papel transformador dessas moedas.
É essencial acompanhar a regulamentação global e a inovação tecnológica para aproveitar todas as oportunidades de inclusão financeira que as stablecoins oferecem, promovendo um ecossistema digital mais acessível e dinâmico.
Referências