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Como proteger sua carteira contra fraudes digitais

Como proteger sua carteira contra fraudes digitais

20/04/2025 - 04:08
Robert Ruan
Como proteger sua carteira contra fraudes digitais

O mundo digital se tornou parte essencial da vida moderna, permitindo transações imediatas e acesso a ativos em qualquer lugar. No entanto, esse avanço traz também riscos elevados. Com o Brasil na liderança global de ataques cibernéticos, entender as ameaças e fortalecer defesas é imperativo. Este artigo apresenta um panorama abrangente, explica os métodos em evolução e oferece recomendações práticas para garantir que sua carteira permaneça segura.

Prepare-se para conhecer dados atualizados, analisar tendências tecnológicas emergentes e adotar práticas robustas capazes de blindar seus recursos digitais.

Panorama atual das fraudes digitais

As perdas globais por fraudes online devem se aproximar de US$ 400 bilhões em 2025, segundo projeções de especialistas em segurança. O Brasil destaca-se negativamente, ocupando o primeiro lugar em ataques cibernéticos entre mais de 150 países. Só em fevereiro de 2025 foram 1.119.316 tentativas de fraude evitadas, um aumento de 37,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

No primeiro trimestre de 2025, registraram-se 3.468.255 tentativas de golpe, 22,9% a mais do que nos três primeiros meses de 2024. Essa dinâmica representa, em média, uma tentativa de fraude a cada 2,2 a 2,4 segundos, destacando a urgência de mecanismos eficientes de detecção e resposta.

Além dos números alarmantes, observa-se uma expansão na oferta de carteiras digitais. São mais de 5.000 opções de apps móveis, muitas delas de procedência duvidosa, que se aproveitam da digitalização crescente dos serviços financeiros para infiltrar golpes e capturar dados sensíveis.

O impacto social dessas fraudes vai além das perdas financeiras, abala a confiança dos usuários e pode prejudicar a adoção de novas tecnologias, gerando retração temporária no uso de carteiras digitais e serviços de blockchain.

Tendências e evolução das fraudes digitais

O uso de inteligência artificial generativa tem potencializado a capacidade dos criminosos de criar conteúdos falsos, como vídeos deepfake e áudios manipulados. Esses recursos são usados para engajar vítimas com mensagens hiperpersonalizadas e induzi-las a cometer ações que comprometem suas carteiras.

A proliferação de aplicativos maliciosos se intensificou: eles burlam as verificações das lojas oficiais e pedem permissões excessivas, incluindo acesso a contatos, armazenamento e até gravação de tela. Uma vez instalados, esses apps solicitam diretamente as frases mnemônicas ou inserem scripts que monitoram teclas pressionadas.

Também houve aumento de golpes baseados em tokens de aprovação, nos quais o usuário é instruído a autorizar operações usando extensões de navegador fraudulentas. A diversificação de métodos torna fundamental manter-se informado sobre as táticas atuais.

Golpes por chamadas telefônicas automatizadas com voz sintética também têm sido relatados, combinando deepfake com engenharia social para convencer usuários a expor códigos de autenticação em tempo real.

Métodos e técnicas utilizadas por cibercriminosos

Dentre as técnicas mais recorrentes, destacam-se os aplicativos falsos que imitam carteiras renomadas. Ferramentas como SushiSwap, PancakeSwap e Hyperliquid são clonadas em aplicativos que pedem seed phrases sob a promessa de bônus ou taxas reduzidas.

O phishing continua efetivo e ocorre por e-mail, SMS ou redes sociais. As páginas maliciosas replicam sites legítimos para roubar credenciais. Em paralelo, exploram-se vulnerabilidades em tokens de autenticação de dois fatores, interceptando códigos via man-in-the-middle ou comprometendo dispositivos móveis.

Outra abordagem crítica é a engenharia social: o atacante se passa por suporte ou autoridade, criando um cenário de urgência que leva a vítima a fornecer informações ou a instalar softwares maliciosos.

Vulnerabilidades em hardware wallets e em bibliotecas de terceiros são exploradas em ataques de supply chain, onde o invasor compromete o software antes mesmo de o usuário instalá-lo, tornando mais complexa a detecção de fraudes.

Recomendações para usuários e empresas

Implementar medidas de segurança sólidas é fundamental para reduzir o risco de fraudes. Abaixo estão orientações específicas para cada público:

Para consumidores:

  • Crie senhas fortes e únicas para cada plataforma e evite anotações em dispositivos conectados.
  • Guarde frases mnemônicas offline, em cofres físicos ou mídias desconectadas da internet.
  • Baixe aplicativos somente em lojas oficiais, conferindo desenvolvedor e avaliações.
  • Desconfie de contatos não solicitados pedindo dados confidenciais.
  • Ative autenticação multifator e prefira métodos que não dependam apenas de SMS.
  • Atualize sistemas operacionais e aplicativos assim que novas versões forem lançadas.

Para empresas e plataformas:

  • Adote sistemas de prevenção de fraude com análise comportamental em tempo real.
  • Realize auditorias regulares de segurança e correções imediatas de vulnerabilidades.
  • Promova campanhas de educação digital para clientes e equipe interna.
  • Implemente autenticação forte, incluindo biometria comportamental.
  • Monitore padrões de transações e estabeleça limites de confiança (thresholds).

Além disso, mantenha backups das chaves em dispositivos offline e realize testes periódicos de recuperação em ambientes seguros, garantindo que seu plano de contingência seja eficaz.

Desafios e dilemas

O principal desafio é conciliar segurança e experiência do usuário. Enquanto camadas adicionais de verificação podem inibir fraudes, elas também exigem maior esforço do cliente, o que pode gerar resistência.

O ciclo de vida dos golpes é extremamente dinâmico. Criminosos criam e removem apps fraudulentos em questão de dias, ajustando estratégias conforme contramedidas surgem. A legislação e normas regulatórias também demoram a acompanhar essa evolução acelerada.

Portanto, é essencial manter um diálogo constante entre setores público e privado para atualizar políticas e compartilhar informações sobre ameaças emergentes.

Em muitos países, a ausência de regulamentação específica para ativos digitais abre brechas legais, o que pode atrasar investigações e permitir que criminosos operem impunemente por mais tempo.

Conclusão

A proteção contra fraudes digitais requer vigilância contínua, tecnologias avançadas e educação permanente. Usuários precisam adotar hábitos seguros no dia a dia, enquanto empresas devem investir em soluções que monitorem atividades suspeitas em tempo real.

Ao combinar boa prática, ferramentas de prevenção e cooperação entre instituições, é possível reduzir significativamente o impacto de fraudes e garantir que a inovação digital continue a evoluir de forma segura.

Lembre-se: a segurança da sua carteira é responsabilidade de todos. Adote as recomendações apresentadas, fortaleça suas defesas e mantenha-se informado para enfrentar com sucesso os desafios do universo digital.

Por fim, adotar uma postura proativa e colaborativa, compartilhando informações sobre incidentes de fraude com comunidades de segurança, fortalece a rede de proteção para todos.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

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