O turismo interno no Brasil vive um momento de avanço significativo e sustentável, transformando a realidade de comunidades e pequenos negócios em todo o país. Impulsionado pelo desejo dos brasileiros de redescobrirem suas próprias paisagens, esse crescimento apresenta oportunidades inéditas.
Dados recentes revelam que, no primeiro trimestre de 2025, o índice de atividades turísticas cresceu 5,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse ritmo positivo reflete tanto o aumento das viagens como o fortalecimento de toda a cadeia de serviços, beneficiando especialmente quem atua em escala local.
O consolidado desempenho do setor mostra que, em março de 2025, o volume de atividades turísticas subiu 5,8% em relação a março de 2024, marcando o décimo resultado positivo consecutivo. Esse cenário reforça a retomada vigorosa após desafios recentes e evidencia o quanto o brasileiro valoriza agora o turismo doméstico.
Regiões como Rio de Janeiro (17,0%), Ceará (14,7%), Bahia (14,4%), Santa Catarina (10,9%) e São Paulo (3,6%) se destacam pelas altas expressivas em rendimento e influxo de visitantes. Além disso, foram realizadas 747 milhões de buscas por voos domésticos nos últimos 12 meses, com São Paulo concentrando 27% das partidas e 20% dos destinos.
O aumento da demanda turística gera efeitos diretos na economia local. No primeiro trimestre de 2025, foram criadas 62.481 vagas formais em atividades ligadas ao turismo, com o setor de hospedagem e alimentação liderando, responsável por 27.333 novas oportunidades.
Pequenos empreendedores vêm colhendo frutos desse movimento. Pousadas familiares, restaurantes regionais, agências de turismo receptivo e guias locais têm registrado crescimento de faturamento mensal, ampliando sua capacidade de investimento e gerando mais empregos nas comunidades.
Para aproveitar essa onda de turistas nacionais, pequenos empresários podem adotar estratégias simples e de baixo custo:
Com essas ações, é possível não só atrair mais visitantes, mas também fidelizá-los, gerando recomendações espontâneas e avaliações positivas na internet.
A recuperação econômica global e a valorização do turismo doméstico são fatores que se manterão favoráveis. A desvalorização do real torna viagens internas mais acessíveis, e grandes eventos, como a Copa do Mundo Feminina de 2027, projetam o Brasil no radar internacional, beneficiando o fluxo de turistas internos e externos.
Além disso, investimentos em infraestrutura — estradas, aeroportos regionais e sinalização — devem se intensificar, ampliando o alcance de destinos menos conhecidos e distribuindo os benefícios do turismo por mais territórios.
Quando pequenas empresas prosperam, o impacto se reflete na comunidade como um todo. O incremento de receitas locais fortalece o comércio, incentiva a oferta de novos serviços e melhora a qualidade de vida dos moradores. Esse ciclo virtuoso gera transformação social e econômica duradoura nas regiões atendidas.
Iniciativas de turismo comunitário, cooperativas de guias e associações de artesãos são exemplos de como a união entre empreendedores pode criar produtos turísticos autênticos e competitivos, despertando o interesse de um público cada vez mais exigente.
O momento atual do turismo interno brasileiro é marcado por otimismo e oportunidades reais para quem empreende em pequena escala. Ao alinhar qualidade de serviço, inovação e responsabilidade socioambiental, as pequenas empresas têm condição de crescer de forma sólida e sustentável.
Mais do que números, trata-se de resgatar o orgulho pelas belezas e tradições brasileiras, gerando emprego, renda e desenvolvimento para todos. Este é o momento de abraçar o turismo doméstico como agente de transformação e de projetar o Brasil como destino plural e acolhedor.
Referências