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Startups de logística crescem com a demanda do e-commerce

Startups de logística crescem com a demanda do e-commerce

13/09/2025 - 19:46
Fabio Henrique
Startups de logística crescem com a demanda do e-commerce

Em um cenário em constante transformação, as logtechs brasileiras se destacam como protagonistas de uma nova era na distribuição de produtos.

Panorama geral e números do crescimento

O setor de startups de logística, conhecidas como logtechs, vive uma fase de expansão sem precedentes no Brasil. Alimentado pelo boom do comércio eletrônico, esse mercado ganhou ainda mais força durante o período de isolamento social. Mapeamentos recentes identificaram 283 logtechs nacionais, e mais da metade dessas empresas surgiu entre 2015 e 2020.

Desde 2011, o segmento já recebeu US$ 1,3 bilhão em investimentos, em cerca de 100 rodadas distintas. Somente o transporte rodoviário, principal modal de distribuição no país, movimenta anualmente mais de R$ 500 bilhões. Esses números revelam o potencial de inovação e a robustez que as startups de logística alcançaram em pouco tempo.

A previsão de que o volume de investimentos em soluções de inteligência artificial para logística chegue a US$ 5,5 bilhões até 2027 no Brasil, com crescimento anual estimado em 37,3%, reforça a percepção de que o setor é estratégico para a economia e para a cadeia de suprimentos global.

Relação direta com o e-commerce

O crescimento exponencial das logtechs está diretamente vinculado ao avanço do comércio eletrônico. Em 2025, o e-commerce brasileiro deve faturar R$ 240 bilhões, representando um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Essa expansão contínua exige que as soluções logísticas se adaptem a uma nova realidade: entregas mais rápidas, rastreabilidade em tempo real e redução de custos operacionais.

A penetração da internet nas classes C e D, aliada ao uso massivo de dispositivos móveis e ao PIX como método de pagamento, acelera a digitalização das vendas online. Hoje, mais de 70% das transações ocorrem em marketplaces, criando demanda por processos logísticos integrados e escaláveis.

Desenvolvimentos e tendências tecnológicas

No horizonte de 2025, vemos o surgimento de tecnologias como drones e lockers inteligentes para ampliar a capilaridade das entregas urbanas. Paralelamente, a automação de armazéns, apoiada em robótica e sistemas de visão computacional, vem ganhando adesão nas grandes operações.

As soluções de gestão da cadeia de suprimentos, predominantes no universo das logtechs, têm foco em oferecer plataformas SaaS que conectam transportadoras, operadores e e-commerces. No Sudeste do país, concentra-se a maior parte dessas startups, mas há um movimento crescente em outras regiões, fomentando hubs logísticos digitais e marketplaces de frete.

Exemplos de startups e investimentos

Dentre as empresas que se destacam, a Estoca oferece um sistema operacional de logística para e-commerces na América Latina. Fundada em 2020, a companhia possui cerca de 80 funcionários e recebeu aportes recentes de R$ 32 milhões, somados a US$ 6 milhões captados em rodadas anteriores.

Investidores como Astella, FJ Labs e Bossa Nova Investimentos têm apostado pesado no setor. Os aportes não apenas financiam o crescimento, mas também incentivam a construção de soluções voltadas à eficiência e à sustentabilidade.

Impactos econômicos e de mercado

As logtechs já empregam mais de 11 mil pessoas, atravessando setores que vão do varejo ao agronegócio. Na pandemia, o segmento provou sua capacidade de resiliência e adaptação, mantendo ritmo de expansão e atraindo novos investimentos mesmo em cenários adversos.

Além de reduzir custos operacionais, essas startups promovem a modernização de toda a cadeia de suprimentos, gerando valor para pequenos varejistas e grandes indústrias. A integração entre diferentes modais e a gestão baseada em dados em tempo real transformam a forma como as empresas planejam estoques e antecipam demandas.

Desafios e próximos passos

Embora o mercado seja promissor, existem desafios significativos: infraestrutura deficiente em algumas regiões, gargalos logísticos e altos custos iniciais de tecnologia. As startups precisam inovar para superar essas barreiras, desenvolvendo modelos de negócios escaláveis e adaptáveis a diferentes realidades.

Os próximos anos devem ser marcados pela adoção em massa de IA e automação em centros de distribuição, além de novas modalidades de entrega, como veículos autônomos e pontos de retirada colaborativos. A logística verde, com rotas otimizadas e uso de veículos elétricos, também ganhará protagonismo.

Temas para aprofundamento

  • Transformação digital na logística por meio de plataformas SaaS
  • Avanço de marketplaces logísticos e integração omnichannel
  • Modelos disruptivos: on-demand, pay-as-you-go e dropshipping
  • Papel das logtechs na sustentabilidade e logística verde
  • Casos de sucesso e trajetórias de empreendedores
  • Comparação entre logtechs e fintechs no ecossistema brasileiro

Ao potencializar a eficiência e democratizar o acesso a serviços logísticos de alta performance, as startups no Brasil reafirmam seu papel como agentes de mudança. Para empreendedores e investidores, entender esse ecossistema é fundamental para aproveitar as oportunidades que surgem na interseção entre tecnologia e logística.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique