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Fundos de infraestrutura ganham destaque no portfólio institucional

Fundos de infraestrutura ganham destaque no portfólio institucional

03/05/2025 - 23:43
Matheus Moraes
Fundos de infraestrutura ganham destaque no portfólio institucional

Nos últimos anos, os fundos de infraestrutura vêm conquistando um lugar de protagonismo dentro de grandes carteiras institucionais. Movidos por um cenário de reformas regulatórias e pela crescente demanda por investimentos em ativos tangíveis, esses veículos financeiros oferecem uma combinação única de benefícios fiscais e proteção contra oscilações de mercado.

Com a entrada em vigor da instrução CVM 606 em 2020, os investidores passaram a ter acesso a uma classe de ativos antes limitada a profissionais especializados. A medida impulsionou a atração de recursos, ampliando o leque de oportunidades para pessoas físicas e consolidando o papel estratégico dos FI-Infra em diversos portfólios.

Panorama do Mercado

O mercado brasileiro de infraestrutura enfrenta um momento de transformação. A necessidade de modernização de rodovias, aeroportos, sistemas de saneamento e energia renovável tem impulsionado novos projetos e fomentado a criação de fundos dedicados ao setor.

Apesar dos desafios impostos por um cenário macroeconômico de juros elevados, observa-se resiliência diante da volatilidade econômica. A inflação em trajetória de queda e a estabilidade cambial tornam o Brasil um ambiente atrativo para investimentos de longo prazo, especialmente em ativos que entregam benefícios reais à sociedade.

Principais Atributos e Vantagens

Os fundos de infraestrutura destacam-se por um conjunto de características que os tornam atraentes para alocação em portfólios institucionais:

  • Isenção de Imposto de Renda sobre rendimentos, elevando o retorno líquido dos cotistas;
  • Perfil de prazo e segurança jurídica atrelados a contratos de concessão de longa duração;
  • Renda regular distribuída com frequência mensal, ideal para investidores que buscam fluxo de caixa previsível;
  • Diversificação de risco em infraestrutura ao incluir rodovias, portos, energia, saneamento e telecomunicações;
  • Acessibilidade e liquidez na bolsa de valores, permitindo negociações em mercado secundário.

Esses atributos reforçam a ideia de que fundos de infraestrutura oferecem estabilidade e rentabilidade, mesmo em ambientes desafiadores. A combinação de isenção fiscal e contratos de longo prazo resulta em retornos ajustados ao risco bastante atrativos.

Cenário Econômico e Desafios

Embora o Brasil apresente sinais de recuperação econômica, a alta da taxa Selic pressiona o custo de captação das empresas responsáveis pelos projetos de infraestrutura. Essa dinâmica pode impactar a performance de curto prazo dos FI-Infra, sobretudo em operações que dependem de novas emissões de dívida.

No entanto, necessidade de investimentos em infraestrutura segue alta. O país ainda demanda recursos para ampliar a cobertura de saneamento, melhorar a malha rodoviária e expandir fontes de energia renovável. Nesse contexto, os fundos surgem como uma ponte entre o capital privado e os projetos essenciais ao desenvolvimento.

Segmentos e Diversificação

A diversificação é um dos pilares fundamentais dos FI-Infra. A carteira pode incluir:

  • Concessões de rodovias, portos e aeroportos;
  • Projetos de saneamento básico e coleta de resíduos;
  • Energia tradicional e renovável, como parques eólicos e solares;
  • Debêntures incentivadas, certificados de recebíveis e FIDCs.

Além dos grandes centros, há expansão para cidades médias e pequenos municípios, fortalecendo a presença geográfica e a abrangência dos investimentos. Esse modelo tem permitido a inclusão de novos segmentos, como multiproperty e loteamentos, criando um leque ainda maior de oportunidades.

Pilares dos Fundos de Infraestrutura

Tendências e Expectativas

O novo Marco Legal do Saneamento Básico e outras reformas regulatórias têm despertado interesse de investidores, atraindo aportes nacionais e estrangeiros. Observa-se ainda criteriosa busca por descontos em relação à cota patrimonial, o que pode indicar oportunidades atrativas de médio e longo prazo.

Em um horizonte de crescimento de cerca de 2,3% para 2025, a expectativa é de que a participação dos FI-Infra em carteiras institucionais aumente significativamente. A solidez dos contratos de concessão e a previsibilidade de fluxo de caixa reforçam o apelo desses fundos.

Conclusão

Os fundos de infraestrutura representam uma poderosa alternativa para investidores que buscam aliar segurança jurídica, benefícios fiscais e diversificação de portfólio. Apesar dos desafios de curto prazo, o cenário de longo prazo mantém-se promissor, impulsionado pela demanda contínua por investimentos em projetos essenciais ao desenvolvimento do país.

Para instituições que alocam recursos de forma estratégica, FI-Infra são instrumentos fundamentais de diversificação, capazes de gerar renda estável e potencial de valorização. O momento é de observação atenta e de aproveitamento das oportunidades que surgem no mercado brasileiro de infraestrutura.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes