Nos últimos anos, os fundos de infraestrutura vêm conquistando um lugar de protagonismo dentro de grandes carteiras institucionais. Movidos por um cenário de reformas regulatórias e pela crescente demanda por investimentos em ativos tangíveis, esses veículos financeiros oferecem uma combinação única de benefícios fiscais e proteção contra oscilações de mercado.
Com a entrada em vigor da instrução CVM 606 em 2020, os investidores passaram a ter acesso a uma classe de ativos antes limitada a profissionais especializados. A medida impulsionou a atração de recursos, ampliando o leque de oportunidades para pessoas físicas e consolidando o papel estratégico dos FI-Infra em diversos portfólios.
O mercado brasileiro de infraestrutura enfrenta um momento de transformação. A necessidade de modernização de rodovias, aeroportos, sistemas de saneamento e energia renovável tem impulsionado novos projetos e fomentado a criação de fundos dedicados ao setor.
Apesar dos desafios impostos por um cenário macroeconômico de juros elevados, observa-se resiliência diante da volatilidade econômica. A inflação em trajetória de queda e a estabilidade cambial tornam o Brasil um ambiente atrativo para investimentos de longo prazo, especialmente em ativos que entregam benefícios reais à sociedade.
Os fundos de infraestrutura destacam-se por um conjunto de características que os tornam atraentes para alocação em portfólios institucionais:
Esses atributos reforçam a ideia de que fundos de infraestrutura oferecem estabilidade e rentabilidade, mesmo em ambientes desafiadores. A combinação de isenção fiscal e contratos de longo prazo resulta em retornos ajustados ao risco bastante atrativos.
Embora o Brasil apresente sinais de recuperação econômica, a alta da taxa Selic pressiona o custo de captação das empresas responsáveis pelos projetos de infraestrutura. Essa dinâmica pode impactar a performance de curto prazo dos FI-Infra, sobretudo em operações que dependem de novas emissões de dívida.
No entanto, necessidade de investimentos em infraestrutura segue alta. O país ainda demanda recursos para ampliar a cobertura de saneamento, melhorar a malha rodoviária e expandir fontes de energia renovável. Nesse contexto, os fundos surgem como uma ponte entre o capital privado e os projetos essenciais ao desenvolvimento.
A diversificação é um dos pilares fundamentais dos FI-Infra. A carteira pode incluir:
Além dos grandes centros, há expansão para cidades médias e pequenos municípios, fortalecendo a presença geográfica e a abrangência dos investimentos. Esse modelo tem permitido a inclusão de novos segmentos, como multiproperty e loteamentos, criando um leque ainda maior de oportunidades.
O novo Marco Legal do Saneamento Básico e outras reformas regulatórias têm despertado interesse de investidores, atraindo aportes nacionais e estrangeiros. Observa-se ainda criteriosa busca por descontos em relação à cota patrimonial, o que pode indicar oportunidades atrativas de médio e longo prazo.
Em um horizonte de crescimento de cerca de 2,3% para 2025, a expectativa é de que a participação dos FI-Infra em carteiras institucionais aumente significativamente. A solidez dos contratos de concessão e a previsibilidade de fluxo de caixa reforçam o apelo desses fundos.
Os fundos de infraestrutura representam uma poderosa alternativa para investidores que buscam aliar segurança jurídica, benefícios fiscais e diversificação de portfólio. Apesar dos desafios de curto prazo, o cenário de longo prazo mantém-se promissor, impulsionado pela demanda contínua por investimentos em projetos essenciais ao desenvolvimento do país.
Para instituições que alocam recursos de forma estratégica, FI-Infra são instrumentos fundamentais de diversificação, capazes de gerar renda estável e potencial de valorização. O momento é de observação atenta e de aproveitamento das oportunidades que surgem no mercado brasileiro de infraestrutura.
Referências