Em 2025, o mercado brasileiro de fusões e aquisições (M&A) retoma o fôlego após anos de desaceleração, impulsionando a consolidação estratégica entre empresas e redesenhando o cenário competitivo de múltiplos segmentos.
Dados recentes mostram um aumento significativo nas operações, refletindo tanto o apetite por sinergias quanto o potencial do Brasil para atrair capital estrangeiro e fortalecer sua posição no panorama regional.
O início de 2025 trouxe números expressivos. No primeiro bimestre, o Brasil registrou volume acumulado aumentou 36% em comparação a 2024, totalizando 225 negócios. Entre janeiro e abril, foram contabilizadas 476 operações, consolidando o segundo melhor quadrimestre da série histórica da PwC.
Segundo projeções da Kroll, o primeiro semestre poderá atingir cerca de 1.400 transações, mantendo o país no centro das atenções da América Latina, onde já responde por mais de metade das transações da região (55,4% até abril de 2025).
Na composição dos investidores, destacam-se dois perfis:
A predominância nacional chega a 77% das transações, mas o influxo de compradores estrangeiros, especialmente norte-americanos, intensifica-se pela valorização do dólar e pela possibilidade de adquirir ativos a preços atrativos. Nos primeiros meses de 2025, houve 31 aquisições por empresas dos EUA, em um histórico de 539 aquisições brasileiras pelos norte-americanos na última meia década.
O dinamismo setorial revela a importância de alguns segmentos para a consolidação:
Além desses, tecnologia, mídia e telecomunicações totalizaram 194 operações no quadrimestre, reforçando a importância crescente da inovação e da digitalização nos processos de M&A.
Empresas brasileiras têm buscado M&A para:
O ambiente de recuperação econômica e a possibilidade de fechamentos de negócios a preços muito atrativos têm estimulado tanto interessados nacionais quanto estrangeiros.
Apesar do otimismo, alguns entraves ainda desafiam o mercado:
Baixa liquidez no mercado de capitais impede a diversificação de fontes de financiamento. Entre 2022 e o primeiro trimestre de 2025 não ocorreu nenhum IPO no Brasil, e apenas três follow-ons somaram R$ 3,5 bilhões em 2025.
Incertezas globais e volatilidade cambial impactam a tomada de decisão, tornando investidores mais seletivos.
Além disso, a integração cultural e operacional dos negócios exige planejamento detalhado para garantir sinergias e o sucesso pós-fusão.
As projeções indicam uma manutenção do volume total de negócios, porém com maior seletividade. Setores mais resilientes e com potencial de transformação continuarão atraindo investimentos, especialmente:
Com o Brasil na vanguarda da América Latina, a tendência de consolidação acelerada deve se manter, moldando um mercado mais competitivo, eficiente e capaz de investir em novas frentes de inovação.
Em resumo, o cenário de M&A no país reflete uma combinação de recuperação econômica, oportunidades de investimento e pressões por escala e inovação. O desafio será equilibrar entusiasmo e cautela, garantindo que cada operação se traduza em valor sustentável para empresas, investidores e a sociedade como um todo.
Referências