Em 2025, o mercado de capitais brasileiro assume um papel protagonista na promoção de práticas ESG (Environmental, Social and Governance), consolidando-se como força motriz na transição para uma economia mais sustentável. Com novas regulações e um público crescente de investidores conscientes, o potencial transformador dessas iniciativas nunca foi tão evidente.
A partir dos exercícios iniciados em 2026, as companhias abertas serão obrigadas a seguir a Resolução nº 193/2023 da CVM, alinhada ao padrão internacional ISSB. Essa exigência terá impacto direto na forma como as empresas divulgam suas informações financeiras ligadas à sustentabilidade.
Divulgação de informações financeiras se tornará tão relevante quanto os resultados contábeis tradicionais, reforçando a transparência e a confiança dos investidores.
Esses marcos estabelecem padrões internacionais de referência e ajudam o Brasil a atrair recursos globais para projetos verdes e sociais.
Os números comprovam o vigor do segmento. Em maio de 2025, o patrimônio sob gestão dos fundos ESG atingiu R$ 34 bilhões, alta de 28% em relação ao ano anterior.
O mercado já conta com 193 fundos ESG, divididos em duas categorias principais:
Desde abril de 2022, os fundos de ações IS registraram valorização de 41%, enquanto os ESG-related avançaram 31,7%, superando os 21,9% dos fundos tradicionais no mesmo período.
No entanto, em 2025, observou-se maior demanda por fundos de renda fixa ESG, reflexo do ambiente de juros altos ainda presente no Brasil e da busca pela segurança sem abrir mão da sustentabilidade.
Cinco setores industriais concentram as maiores emissões de carbono no país: alumínio, químico, aço, cimento e petróleo e gás. Todos investem em iniciativas verdes, mas enfrentam barreiras na comprovação dos resultados.
A falta de métricas padronizadas e auditorias independentes ainda é um obstáculo. É fundamental adotar práticas robustas de governança para garantir a credibilidade dos relatórios e atrair mais investimentos.
O movimento de mainstreaming da sustentabilidade expande o acesso ao capital privado, abrindo caminho para setores promissores:
Empresas que não incorporarem critérios ESG poderão enfrentar dificuldades de financiamento e perda de competitividade. Por outro lado, inovação industrial verde revela novas frentes de crescimento e geração de valor.
Para mitigar riscos e maximizar retornos, gestores e analistas devem avaliar rigorosamente:
Eventos como a COP 30 e o PRI in Person 2025 reforçam o protagonismo brasileiro na agenda ESG. Apesar de desafios externos, como retrocessos pontuais nos EUA, o país mantém um ambiente favorável para investimentos climáticos.
Com a consolidação de um mercado de carbono eficiente e a criação de taxonomias alinhadas aos padrões internacionais, o Brasil se projeta como hub de investimentos responsáveis na América Latina.
O engajamento de fundos internacionais, aliado a iniciativas locais, cria um ciclo virtuoso: recursos fluem para projetos de impacto, gerando benefícios sociais e ambientais, enquanto investidores alcançam retornos sustentáveis no longo prazo.
Para aproveitar as oportunidades, organizações e profissionais devem:
Investidores, por sua vez, podem diversificar portfólios com fundos dedicados ou híbridos e engajar-se ativamente em práticas de stewardship para influenciar positivamente as empresas investidas.
Com esses passos, o mercado de capitais brasileiro estará apto a impulsionar a transição rumo à economia de baixo carbono e consolidar práticas responsáveis que beneficiem investidores, empresas e a sociedade como um todo.
O ano de 2025 marca o início de uma nova era, na qual a integração de critérios ESG deixa de ser diferencial e passa a ser requisito básico para sobrevivência e crescimento no mercado global. O desafio está lançado e as oportunidades são históricas.
Referências