O setor imobiliário brasileiro enfrenta um momento de transformação profunda, impulsionado por mudanças econômicas, sociais e tecnológicas. Entre desafios e oportunidades, construtoras, investidores e consumidores buscam novas estratégias que garantam segurança, rentabilidade e qualidade de vida.
Entre janeiro e julho de 2024, o mercado registrou crescimento de 27,4% no volume de vendas, totalizando 104.752 imóveis novos comercializados. Em valor, alcançou R$ 32,4 bilhões, um salto de 31,2% em comparação ao mesmo período anterior. Esse desempenho reflete não apenas o apetite de compradores, mas também a solidez, confiança e resiliência do setor, que segue firme apesar das oscilações nas taxas de juros.
O segmento de habitação popular lidera com 33,8% de expansão em unidades vendidas e 30,8% em valor, comprovando a força da demanda por moradias acessíveis. Já o mercado médio/alto padrão apresentou crescimento de 7,1%, com 24.426 unidades comercializadas, sinalizando que consumidores continuam em busca de qualidade e conforto.
A adaptação a novos formatos residenciais é uma das apostas mais fortes, com foco em espaços multiuso e áreas de home office. A consolidação do trabalho remoto e híbrido exige imóveis mais versáteis, capazes de atender lazer, estudo e atividades profissionais.
Por sua vez, a sustentabilidade deixou de ser tendência passageira para se tornar estratégia de valorização e diferencial. Projetos com uso de materiais recicláveis e sistemas de energia solar atraem consumidores cada vez mais exigentes e comprometidos com a economia operacional e agregando valor ao imóvel.
Na esteira da inovação, o setor investe em contratos inteligentes e processos ágeis, suportados por inteligência artificial, blockchain e plataformas digitais que reduzem burocracia e ampliam a segurança jurídica.
O estudo IDI-Brasil 2025 aponta destinos de maior atratividade para investidores:
Curitiba lidera no segmento econômico, enquanto Goiânia se destaca no médio padrão. São Paulo aparece em posição de liderança em ambos os segmentos, consolidando-se como polo central. O Rio de Janeiro mantém forte apelo pelas vendas recentes e Fortaleza surge como promessa de expansão.
Profissionais do mercado devem desenvolver novas competências, incluindo análise de dados, marketing digital e gestão de projetos integrados. Investidores encontram oportunidades em empreendimentos que unem sustentabilidade e tecnologia, capazes de antecipar a demanda de um consumidor cada vez mais consciente e conectado.
A transformação social imposta pelos novos hábitos de trabalho, aliada à digitalização e à interiorização das demandas, redefine o conceito de morar e investir. Projetos de uso misto surgem como soluções urbanas que revitalizam bairros e promovem convivência.
Com a expectativa de queda da taxa Selic em 2025, o crédito imobiliário tende a se tornar mais acessível, estimulando ainda mais o consumo e o investimento. Assim, o setor imobiliário se consolida como um dos pilares da economia nacional, pronto para reinventar-se a cada novo ciclo.
Em um cenário de constantes mudanças, a chave para o sucesso está na aliança entre inovação, sustentabilidade e visão de longo prazo. Ao antecipar tendências e adaptar-se às novas realidades, construtoras, corretores e investidores poderão colher resultados consistentes e duradouros, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.
Referências