O cenário do comércio eletrônico está em rápida transformação, impulsionado pela crescente adoção de criptomoedas estáveis conhecidas como stablecoins. Neste artigo, exploramos como essas moedas digitais atreladas a ativos tradicionais estão redefinindo pagamentos online, oferecendo novas oportunidades e desafios para lojistas e consumidores.
O mercado global de stablecoins atingiu quase US$ 260 bilhões em 2025, refletindo um crescimento de 32% nos últimos seis meses. As projeções indicam que essa capitalização poderá chegar a US$ 2 trilhões até o fim de 2028, apoiada pelo aumento de transações e pela consolidação de soluções de pagamento baseadas em criptografia.
Somente no último ano, stablecoins movimentaram mais de US$ 33 trilhões em transações, superando redes tradicionais como Visa e Mastercard. Esses números evidenciam a força e o potencial disruptivo dessas moedas no universo de pagamentos digitais.
No mercado de e-commerce, duas stablecoins dominam a maior parte das operações:
Embora USDT e USDC detenham 89% do mercado, novas opções como PYUSD (PayPal), EURC (euro) e XCHF (franco suíço) vêm ganhando espaço em nichos estratégicos.
Diversos grandes players do setor financeiro e de tecnologia aceleram a adoção de stablecoins no e-commerce. Veja alguns exemplos:
Essas iniciativas mostram o movimento consistente em direção à integração de stablecoins em plataformas de e-commerce e pagamentos, criando ecossistemas mais eficientes e inclusivos.
Para lojistas, a adoção de stablecoins traz eliminação de taxas bancárias elevadas e redução de custos com câmbio, além de acelerar o processo de liquidação em tempo real. Consumidores se beneficiam de um checkout simplificado e sem demora, especialmente em transações internacionais.
Outros benefícios incluem:
Apesar das vantagens, existem obstáculos a serem superados. A ausência de regulamentação uniforme em vários países dificulta a adoção massiva e a integração com fornecedores. Questões de compliance e transparência nas reservas das stablecoins exigem atenção constante.
Eventos de resgates líquidos, como o caso do USDC que registrou saques de US$ 100 milhões em fevereiro de 2025, e oscilações de confiança no USDT, ilustram os riscos envolvidos. Reguladores tendem a criar normas específicas para diferenciar stablecoins de criptos voláteis, abrindo caminho para maior segurança e estabilidade.
Na América Latina, o uso de stablecoins cresce mais de 20% ao ano. Brasil e México lideram a adoção em pagamentos digitais e remessas, impulsionados pela inflação e dificuldades de acesso a serviços bancários.
Em economias instáveis como Argentina e Venezuela, essas criptomoedas servem como proteção de valor e meio de pagamento no comércio digital. O cenário regional demonstra a importância das stablecoins para inclusão financeira e integração comercial global.
Com projeções de atingir US$ 2 trilhões até 2028, as stablecoins tendem a se consolidar como pilar dos pagamentos eletrônicos. Grandes varejistas, como Walmart e Amazon, estudam emitir suas próprias stablecoins para reduzir bilionárias despesas com taxas de transação.
O potencial disruptivo alcança setores além do varejo, como companhias aéreas e travel techs (Expedia, Trivago), que avaliam adoção de moedas digitais próprias para otimizar custos e fidelizar clientes.
À medida que regulamentações e tecnologias avançam, o e-commerce global deve se transformar, oferecendo experiências mais seguras, rápidas e acessíveis. A adoção de stablecoins sinaliza uma nova era de pagamentos digitais sem fronteiras, onde inovação e inclusão caminham lado a lado.
Referências